FOTOS COM HISTÓRIA(S). 02

30-12-2013 10:06

António Telmo, D. Maria Antónia (esposa) e Eduardo Aroso, no dia 18 de Maio de 2003, no escritório do filósofo, em Estremoz. Pode ver-se um painel de azulejos representando a Rainha Santa, figura carismática da nossa História, que nos juntou anos antes em Alenquer, terra onde (re)conheci António Telmo. Senhora das rosas e do pão, que viria a ser tema central de uma extensa carta que Telmo me endereçou, e publicada na sua obra póstuma A Aventura Maçónica – Viagens à Volta de um Tapete. Nesse belo dia de Maio, quase no exacto tempo litúrgico do Espírito Santo, presentes estavam também os poetas e companheiros do Gresfoz (Grupo de Estudos Figueira da Foz) Raúl Traveira e Manuela de Azevedo, e ainda João Lopes Tavares e Roque Brás de Oliveira. Recordo que na agradável conversa, a dado momento, falando-se de Agostinho da Silva, li, de pé, o sublime poema «Paráclito» do brasileiro Jorge de Lima, que Agostinho bem conheceu.

 

Também como fruto desta deslocação de Coimbra à terra onde Santa Isabel expirou pela última vez para o mundo terreno, dando-nos todavia um sopro que ainda hoje permanece, escrevi um pequeno texto, publicado mais tarde em Cadernos de Filosofia Extravagante, intitulado «Visita à casa de António Telmo, em Estremoz, neste Temp(l)o do Espírito Santo».

 

Recordo, com saudade, que logo após a recepção do texto o pensador me telefonou, e dado o título na palavra «Temp(l)o», começou por me agradecer, referindo-se à minha excessiva generosidade. Certo é que quando se despediu de nós, à porta de sua casa, num cair de tarde ornado de um aroma de rosas que por ali passava, disse: - Sei que vocês vieram pelo espírito…

 

Eduardo Aroso